segunda-feira, 12 de outubro de 2009

2002 - AUTO DA COMPADECIDA

Nossa maravilhosa aventura pelo mundo da comédia, pelo mundo de Suassuna. Com esta dupla impagável (Mário de Ballentti e Heinz Limaverde) e mais Liane Venturella arrebentando no papel da mulher do padeiro, criamos uma comédia brilhante que levava o público as gargalhadas do início ao fim.
A princípio, o Auto deveria ser apresentado na rua. Aliás, teve sua estréia na rua, numa praça de Belém Velho e acabou no meio do segundo ato porque começou a chover. Por falta de patrocínio levamos o espetáculo para dentro do Depósito de Teatro. Um sucesso de crítica e de público.

2002 - UMA BALADA PODRE

Mais uma peça do Núcleo de Formação de Atores que resultou num excelente espetáculo. Com um roteiro baseado em diversas peças de Mário Bortolotto construímos um espetáculo radical e de grande impacto para os espectadores. O grupo era afinadíssimo e encarou o desafio com coragem e garra.

2001 - O PAGADOR DE PROMESSAS

A grande aventura teatral encenada na Igreja nossa Senhora das Dores. Tivemos que ir até o bispo para liberar a escadaria da Igreja para as apresentações da peça. Mas valeu a pena.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

ANIVERSÁRIO DO DEPÓSITO PASSOU EM BRANCO

Em agosto, o Depósito de Teatro esteve de aniversário. Quantos anos fez? Difícil de saber como contar. A semente de um grupo começou em 1996 com as peças do Plínio Marcos que foram encenadas no Teatro de Arena no ano seguinte. Em agosto de 1998 alugamos um prédio na Av. Benjamin Constant, 1677, que foi transformado no nosso teatro. Espaço aberto, independente e alternativo, totalmente custeado por um grupo de pessoas dispostas a dar aulas gratuitamente em troca de um lugar fixo para ensaiar e apresentar seus espetáculos. Um bom preço para não concorrer mais nos editais da Prefeitura (imaginem o quanto a Prefeitura economiza com nossa ousadia). Em 2006, recém passado o agosto terrível em que fomos roubados por nossa produtora Letícia de Abreu Pereira Guimarães, cuidado, foi condenada a um ano e quatro meses, mas anda solta por aí. Ela nos roubou 30 mil reais em um ano e oito meses de trabalho. Esta quantia para um grupo de teatro representa uma fortuna. Ainda mais, que ela nos roubou também coisas invisíveis que não sabemos estimar, mas o fato é que começa aí a derrocada do grupo e do seu espaço.
Em agosto de 2008 o Depósito fechou definitivamente suas portas. Os prédios da Câncio Gomes foram devolvidos aos seus proprietários com todas as melhorias que conseguimos fazer. E não foram poucas. Novamente, me senti um verdadeiro e único otário, que só não era o único porque havia outros parceiros de grupo tão otários quanto eu. O fator determinante foi um golpe aplicado pela Funarte, que nos deu um calote de 180.000 reais depois de nós havermos pago os 30.000 mil que eles nós cobraram exemplarmente. O homem de teatro e dono de casa de teatro, o grande Celso Frateschi, amigo dos grupos e das rodas influentes, na época presidente todo-poderoso da instituição, não nos recebeu, não moveu uma palha para conhecer mais de perto o assunto.
Gosto de inculpar o Celso Frateschi, tanto porque parece que eu preciso imputar a culpa a alguém, mas também, porque ele era o que mais poderia ter feito e não fez. Lavou as mãos. Mas, o Sergius Gonzaga também poderia ter feito mais do que fez e não fez. O Luciano Alabarse também poderia ter feito mais do que fez. A Claúdia D'Mutti poderia ter feito mais e não quiz fazer. Os grupos de teatro poderiam ter feito mais do que fizeram e não fizeram nada. As pessoas de teatro. Todos os que estavam ao nosso redor. Não foi só o Celso Frateschi que ignorou nossa existência, mas foi ele que atirou uma pá de cal, danando-se com o que poderia acontecer.
O que veio a acontecer todos ja sabem: fechou o que um dia seria o Espaço Cultural Depósito de Teatro e dissolveu-se o grupo Depósito de Teatro. Aqueles que ainda não haviam saído durante o ano de 2007, abandonaram o grupo no ano seguinte. Alguns ajudaram a fechar as portas, outros nem isso. O ano do décimo aniversário foi o ano do fracasso total. Não havia o que ser comemorado.
E este ano? Encarar como o décimo-primeiro ano? Décimo-primeiro ano de quê? Na verdade, deveria ser comemorado o primeiro ano de alguma coisa. O primeiro ano sem o Depósito de Teatro. Mas se é sem, não tem porque comemorar. Mais uma vez, mais um ano sem motivo para comemorações.

sábado, 20 de junho de 2009

2000 - A FARSA DO PANELADA

A Farsa do Panelada fez uma excelente carreira. Pegou uma carona com O Pagador de Promessas e apresentou-se em Montevidéo.
Na foto: Atrás, Sandra Possani, em primeiro plano: Maria Falkembach e Roberto Oliveira.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

2000 - A FARSA DO PANELADA

Tudo começou com um convite da Coordenação de Artes Cênicas para que fizéssemos uma leitura dramática de A Farsa do Panelada, do dramaturgo e escritor cearense José Mapurunga, que classificou-se em primeiro lugar no II Concurso Nacional de Dramaturgia Carlos Carvalho.
Um tempo depois, precisávamos comprar o equipamento de luz que estava instalado no espaço e que era alugado. Também precisávamos manter o aluguel da sede sempre em dia. Daí, decidimos montar um espetáculo de rua e então escolhemos e encenamos A Farsa do Panelada.
A peça estreou na frente do Teatro Renascença, com a presença do autor, que ficou muito surpreso de ver sua peça sendo encenada na rua, pois pra ele, tratava-se de um texto para sala. Mesmo assim, e apesar de outras liberdades que tomamos, ele paraceu ter gostado da encenação. As apresentações seguintes foram realizadas em viagem. Fomos para o sul do Rio Grande do Sul e apresentamos até na Praia do Hermenegildo.

Na foto Liane Venturella como Santa Edwiges e Roberto Oliveira, o Anjo Gabriel.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

2000 - VEREDA DA SALVAÇÃO

No início de 1999, ficou decidido em reunião que manteríamos o aluguel da sede do Depósito de Teatro na Av. Benjamin Constant, 1677 e que o aluguel seria pago com o dinheiro que resultaria de uma oficina de teatro. Criamos o Núcleo de Formação de Atores e sua primeira Oficina de Formação de Atores com a proposta de encenar um espetáculo no final de um semestre.
Ingenuamente não percebemos a loucura que estávamos cometendo e que só foi corrigida na ano seguinte quando passou-se a encenar um peça por ano e não por semestre. Mas, em 1999, primeiro ano de oficinas a coisa aconteceu semestralmente.
No final do primeiro semestre estreou FLOR DE OBSESSÃO. Pequenos recortes da obra literária de Nelson Rodrigues. Recortes que foram retomados anos depois quando lançamos os esquetes do Projeto Nelson Despedaçado.
No segundo semestre iniciou uma nova turma. E foi encenada uma nova peça. Em janeiro de 2000 estreamos VEREDA DA SALVAÇÃO de Jorge Andrade. A peça iniciava nossa Trilogia Religiosa, que se completaria com O PAGADOR DE PROMESSAS, de Dias Gomes e AUTO DA COMPADECIDA, de Ariano Suassuna. Pretendíamos investigar o sincretismo religioso brasileiro. As três peças faziam parte de um projeto maior que chamávamos de Projeto Teatro Brasileiro, cujo objetivo principal era pesquisar os ícones formadores da chamada "brasilidade".
Vereda da Salvação era um luxo. Espetáculo de baixíssimo custo e altíssimo resultado. Consideramos VEREDA DA SALVAÇÃO até hoje como um dos melhores trabalhos desenvolvidos pelo Núcleo.

99 - RISCO, ARISCO & CORISCO


Esta peça ja havia sido montada com sucesso de crítica e de público em 1981. A peça foi indicada em várias categorias do Tibicuera. A Débora Finocchiaro ganhou Melhor Atriz Coadjuvante e eu ganhei o troféu de Melhor Direção. A peça realizou várias temporada, viagens e teve uma carreira longa e brilahnte.
Embalado pelo sucesso da montagem anterior, quando se pensou em montar um espetáculo infantil no Depósito de Teatro surgiu logo a idéia de remontar o Risco. Assim, enviei um projeto para o Fumproarte e foi aprovado. Então, remontamos a peça. e estreamos no Projeto de Circulação da Cida Herok. Ainda não era o Lâmpada Mágica e ainda não tinha por trás o patrocínio da AES Sul. A Cida estava plantando. Fizemos apresentações em Santa Maria e arredores, e depois estreamos a peça no Teatro Renacença aqui em Porto Alegre.
Do elenco da montagem original ficou só a Adriane Azevedo, no papel de Corisco. Entraram a Liane Venturella e a Sandra Possani para formar o trio, fazendo Risco e Arisco. Entrou a Maria Falkembach para fazer os personagens femininos. Entrou o Serginho Etchichury para fazer os personagems "maus". O Serginho ja havia feito outros papéis em peças infantis, mas chegou a conclusão que era demais pra ele e pediu pra sair. Deixou pra comunicar esta decisão faltando um mês pra estréia. Causou um stress no grupo e um decréscimo na montagem. Fiquei puto, e entrei no lugar dele porque era a solução mais fácil já que eu conhecia bem a peça e ja decorara os textos dirigindo os ensaios. Acabei adorando fazer. Mais tarde a Adriane saiu, a Maria passou a fazer o Corisco, além dos seus personagens femininos. Ou seja, resolvemos entre nós.
Também nesta montagem o espetáculo teve uma enorme aceitação de crítica e público. Estreamos no interior participando de um projeto de circulação mantido pela Cida Herok. Ainda não era o polpudo Lâmpada Mágica. Ainda não tinha a AES Sul por trás, bancando.Eram tempos bem mais duros. A Cida estava plantando as sementes do Lâmpada Mágica. Em Porto Alegre, estreamos no Renascença e depois fizemos várias temporadas por aí e inclusive no Depósito de Teatro.
A peça acabou em Blumenau onde tanto o espetáculo, quanto todos nós, fomos destruídos por um grupo de doutores em teatro infantil que analisam as peças que passam por lá. Ainda tentamos fazer uma temporada na Casa de Cultura, mas não deu certo. Blumenau abalou nossa confiança.