sexta-feira, 19 de setembro de 2008

98 - UMA AVENTURA NAS ÁRVORES - TODO MUNDO

Para encerrar a etapa Barão nas Árvores uma foto com todos os participantes, inclusive os músicos e sem os cavalos e, como diretor, quero concluir deixando anotado que com o Barão nas Árvores dei início a primeira etapa de uma pesquisa relacionada ao espaço onde o teatro se realiza. Tenho consciência de que a proposta era ousada. Tenho consciência que o evento era melhor do que a peça. O espetáculo ficou longo, descontínuo nas interpretações e, como seguidamente acontece em Porto Alegre, com a terça parte final pouco ensaiada, apresentando problemas de ritmo. Tenho consciência que colocamos coisas demais na adaptação. Tenho consciência que faltaram recursos financeiros para bancar as idéias que estavam esboçadas na peça e também algumas que foram abandonadas por serem "caras". A realização do espetáculo foi tremendamente gratificante. Já a impossibilidade de realizar uma nova temporada foi decepcionante. Os administradores da cultura e do turismo de Porto Alegre burramente não enxergaram o produto que um bando de teatreiros alucinados estavam colocando em cena. Nem o Porto Alegre em Cena quis bancar mais algumas apresentações da peça. Decepcionante. Até hoje acho que valeria à pena investir na experiência. Dotar o Recanto de uma estrutura adequada para o evento. Devolver a Banda Municipal ao espetáculo. Melhorar os equipamentos de som e de luz. Permitir que o espetáculo amadurecesse. Que a experiência desabrochasse no parque e a peça ganhasse notoriedade e fosse apresentada em outras cidades do país e, por que não do mundo. Apresentar O Barão nas Árvores anualmente no Recanto Europeu durante a semana da Primavera. Colocar a peça no calendário de eventos da cidade como um atrativo artístico e turístico. Em Londres existem peças que estão há mais de trinta anos em cartaze os tupiniquins saem de qualquer ponto do país com o ingresso comprado para assistí-las. Mas em Porto Alegre isso é impensável. Só o Tangos e Tragédias faz isso. Enviamos um projeto para a Secretaria da Cultura do Município e do Estado. Mandamos o projeto para a Secretaria de Turismo do Estado. Enviamos o projeto para Canela/RS, cidade que respira turismo e quer ser conhecida como impregnada de teatro. Não houve interesse. Falta de visão dos nossos donos da cultura. São míopes. Talvez porque se coloquem distantes da cultura.

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