domingo, 4 de maio de 2008

98 - UMA AVENTURA NAS ÁRVORES - A LIBERAÇÃO DO RECANTO

É claro que fazer uma peça no Recanto Europeu não foi uma coisa fácil de conseguir. Mais um embate, entre tantos outros, com a burocracia da Prefeitura de Porto Alegre. O pessoal da arquitetura da SMAM e a Associação dos Amigos do Parque da Redenção fizeram o possível para melar a idéia. Mas, de reunião em reunião, de gabinete em gabinete, com o apoio concreto do diretor do Parque Farroupilha da época, fomos convencendo a todos do óbvio: era culturalmente importante que o Recanto fosse liberado para os ensaios e apresentações de um espetáculo inédito em Porto Alegre; era de extrema importância incentivar a experiência de colocar o teatro em espaços alternativos porque experiências como esta vinham sendo realizadas por pouquíssimos grupos do país e, além disso era politicamente democrático que a arte ocupasse o Parque da Redenção, bem como qualquer outro espaço público. Enfim, esclarecer que o mínimo que a administração pública poderia fazer era ceder o espaço para uma experiência, ousada, original e inédita no mundo: encenar O Barão nas Árvores sobre as árvores da Redenção. Aos poucos fomos recebendo apoios importantes de vários setores da Prefeitura. O único departamento que ficou frontalmente contra o projeto desde os ensaios até o último dia de apresentação foi a direção do Auditório Araújo Vianna. Gol contra na Cultura. Perfeita bola nas costas. A relação que se estabeleceu com a diretora da época foi a pior possível. Nem energia elétrica o Araújo Vianna queria ceder para a peça. E acho que não cedeu mesmo. Nem os banheiros podiam ser utilizados sem que vc esperasse horas pela liberação. Foi terrível.

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