sábado, 26 de abril de 2008

97 - UMA AVENTURA NAS ÁRVORES - O PROJETO


Enquanto apresentávamos as peças do Plínio Marcos lá no Arena, colocamos o Projeto Barão nas Árvores no edital do Fumproarte. Foi recusado da primeira vez por falta de foco. É que além da peça, estávamos propondo uma mostra fotográfica do Parque da Redenção e um debate sobre a situação dos parques públicos de Porto Alegre. No segundo semestre reapresentamos o Projeto que agora era só uma peça de teatro que aconteceria no Recanto Europeu do Parque Farroupilha, a Redenção.
Dois ou três anos antes eu havia lido e ficado maravilhado com a magnífica obra homônima de Ítalo Calvino: a história de um menino, que aos 9 anos, enfrenta frontalmente seu pai quando assume sua recusa de comer escargots, levanta-se da mesa, sobe numa árvore e decide que nunca mais vai descer. E nunca mais desce. A mim parecia uma metáfora sobre o fazer teatral. Uma metáfora sobre a obsessão de fazer teatro. A obstinação do artista. Fiquei fascinado tanto pelo livro quanto pelas possibilidades cênicas que ele apresentava.
Um tempo depois passei pelo Recanto Europeu e pude enxergar a peça se desenrolando ao longo de uma extensa sequência de árvores que existem ali. Era o lugar ideal para encenarmos a fantástica aventura criada por Calvino. E com esta montagem dávamos mais um passo na formação de um grupo de teatro que viria a ser o Depósito de Teatro.


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